quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Reunião Camarária de 06-12-2013 – TOS, Pista de gelo, Orçamento 2014 e as GOP's.

Como sempre defendemos, o papel da oposição é contribuir, de forma construtiva e séria, para uma tomada de decisão consciente e alinhada com os reais interesses dos munícipes, fiscalizando a posteriori a execução dos planos e orçamentos.

Feito o balanço destes primeiros tempos de governação autárquica PS (artigo publicado dia 09-12-2013) em que destacámos, de acordo com o nosso entendimento, os seus pontos fortes e fracos, e que não mereceu comentários alargados, é nosso dever fazer uma apreciação prévia e sumária ao Orçamento, Plano Plurianual de Investimentos (2014-2017) e também às Grandes Opções do Plano (GOP’s). Frisamos, no entanto, que à data tal não nos é possível. Partimos em desigualdade de circunstâncias tendo por base os documentos e análises já tornadas públicas (pelos elementos do PSD) e análise dos anos transactos. Quer isto dizer que, como não nos foi dado acesso prévio aos documentos, objecto de discussão, nos limitamos a comentar os posts publicados nestes espaços (https://www.facebook.com/groups/Condeixa.debate/ e https://www.facebook.com/groups/debdemo/). Fazemo-lo porque o tema é da maior importância para todos os Condeixenses sem excepção.

Assuntos da ordem do dia
1) TOS - Abstendo-nos de proferir qualquer comentário mais aprofundado sobre a importância da abolição da TOS (ainda que consideremos que qualquer medida que permita aliviar financeiramente os munícipes e garanta, simultaneamente, o equilíbrio financeiro da CMC é sempre positiva), gostaríamos de saber se a sua redução em 30% é irrevogável neste quadriénio ou não. É que se for, estamos perante o primeiro incumprimento de uma promessa eleitoral, corroborando o argumento de que se tratou de mera questão de politiquice. Parece-nos importante que o PS torne público a sua posição por forma a evitar este clima de desconfiança e este não-debate em torno de um tema já esgotado…

2) PISTA DE GELO - Não sendo certamente uma das opções que faríamos, olhando para os tempos de contenção, em que talvez se justificassem outras iniciativas como uma ceia de Natal comunitária, parece-nos prematuro avaliar o sucesso da iniciativa. Poder-se-á, no entanto, contestar e questionar, e repetimos, com base nesta declaração pública dos vereadores do PSD, a ausência de um estudo económico e financeiro prévio, uma avaliação dos custos e dividendos expectáveis. Muito mais questionável se torna, quando analisamos o custo desta iniciativa em ponderação com verbas adstritas a sectores que sempre considerámos prioritários, tais como, a resposta à emergência social.

3) GOP’s e Orçamento
Cingindo-nos aos mais básicos conhecimentos de gestão, não equacionamos um outro cenário, que não seja o do mero esquecimento, da divulgação do documento [plano estratégico onde estejam previamente definidos os objetivos e as linhas de orientação para o quadriénio) subjacente aos planos apresentados (Plano Plurianual de investimentos 2014-2017 e Grandes Opções do Plano (GOP’s)]. Tendo em conta a experiência autárquica deste executivo e as vastas experiências profissionais dos seus elementos, é impensável que os planos não estejam ancorados numa abordagem estratégica e amplamente participada mas antes numa mera lista de intenções com ampla abrangência e dúbia selecção, priorização e até categorização.

Estes planos devem resultar de um processo de planeamento estratégico que visará o desenvolvimento sustentável, ou seja, um processo de mudança em que a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais são conciliáveis com as necessidades tanto presentes como futuras…

Quer isto dizer, e uma vez mais partindo desta análise prévia apresentada, que sem esse documento de estratégia que explique as opções da despesa não podemos ir muito mais além nesta análise. Tenhamos por isso a necessária ponderação para aguardar pelas explicações, pela apresentação do projecto de desenvolvimento integrado (temos fé que irá aparecer) e depois voltaremos ao tema muito mais esclarecidos e capacitados.

Neste tempo de espera, relembramos a todos que no programa eleitoral do PS foi inscrita a Visão e a Política de Governação a seguir por este executivo PS. Está na hora demonstrar como pretendem colocar na prática essa teoria e cumprir com o prometido. Recordamos os compromissos:

No eixo 1
Objectivo 01 – serviços Municipais de qualidade – Disponibilização de serviços on-line e e-licenciamento; promoção do Portal “a minha rua” como meio de reclamação de ocorrências; re-edição da folha informativa municipal e de uma agenda mensal de natureza cultural e desportiva de informação ao munícipe. 

Objectivo 02 – um território de freguesias – plano de valorização de espaços públicos, reforço das acções para maior segurança rodoviária, criação de gabinete de apoio às juntas.

Objectivo  03 – Um território sustentável - Incrementar medidas de eficiência energética, cobertura de 90% do concelho com saneamento básico, alargar a base territorial de incidência das medidas de melhoria  das acessibilidades a peões.

Objecvtivo 04 – Pessoas e cidadania – criar fóruns temáticos junto da AM para debate de grandes temas locais; aprofundar a experiência do orçamento participativo; Realizar Presidências abertas por freguesia 

No eixo 2
Objectivo 01 – Educação e apoio à família – Criação de programas ocupacionais de jovens e crianças nos períodos de férias escolares; aumentar a disponibilização de recursos informáticos em todos os estabelecimentos de ensino; criação de salas de estudo acompanhado em substituição das AEC’s.

Objectivo 02 – Direitos de cidadania – Criar a academia sénior com vista a fomentar e dinamizar a ocupação dos tempos livres dos seniores; Redução de taxas camarárias para famílias numerosas e munícipes em situação de carência económica; apoio à construção de um lar residencial na Ega e dar resposta à APPACDM para a criação de um edifício de apoio à instituição.

Objectivo 03 – Cultura, desporto e lazer
Criar gabinete de apoio administrativo e logístico a todas as associações do concelho, equipá-las com computadores e ligação à Internet  e promover a partilha de recursos numa rede interna e implementar um plano de recuperação das estruturas físicas dos edifícios;

Construção de Skate Parque, Criar programas descobrir Condeixa e Condeixa activa-te, e reforçar apoio logístico e financeiro às escolinhas de desporto; Criação e promoção de um encontro anual de escalada e montanhismo

Criação da Casa da Cultura como espaço de acolhimento de todas as organizações culturais do Concelho, realização do evento Villa Romana, Criação de rotas do Património; integrar a Casa Museu Fernando Namora e a Galeria Manuel Filipe em agendas culturais de âmbito nacional; alargar os protocolos de geminação a cidades europeias sob o tema da romanização, realização de um evento cultural de grande alcance mediático e com projecção nacional e internacional.

Objectivo 04- saúde e bem estar- Adesão à rede cidades saudáveis; retomar a realização da feira da alimentação saudável; incentivar a prática de tracking e marcha

No eixo 3
Objectivo 01 - Comércio Local forte  - Criar a marca Comércio tradicional de Condeixa, criar cartão de desconto para clientes do comercio tradicional com isenção de estacionamento; Criação de gabinete de apoio ao comércio Local com vista à optimização da captação de financiamentos comunitários.

Objectivo 02 – Turismo caminho de futuro – Conclusão e promoção do museu PO.RO.S, concepção de planos de turismo baseados na romanização envolvendo as Ruínas de Conímbriga e o novo Museu; promoção de produtos Ligadas a Conímbriga – Cerâmica- criação de parcerias com Universidades e institutos e evento nacional de divulgação.

Objectivo 03 – Aposta nos produtos endógenos – Revitalização do Mercado municipal reforçando a componente de oferta da produção agrícola local; estabelecer sinergias com outros municípios que constituem as terras do Sicó, para a criação de feira agrícola; realização da feira do Cabrito e das ervas aromáticas.

Objectivo  04 – disponibilização de espaços de incubação de micro-empresas no âmbito de operações de regeneração urbana e potenciar acesso ao micro-crédito; Criação de Pelouro dedicado ao empreendedorismo e Inovação e de um prémio de emprego para empresas do concelho; eliminação da Taxa de ocupação de subsolo.

Com os devidos filtros e com base nestas análises ocorre-nos questionar se a montanha pariu um rato?

Sugerimos ao executivo camarário que comece a preparar uma explicação cabal acerca dos montantes adstritos a cada um destes compromissos assumidos, em que rubricas estão contemplados e os estudos que suportam os valores previstos. Precisamos mesmo, a bem da transparência das contas públicas, de esclarecimentos adicionais, com suporte documental contendo, para além dos objectivos estratégicos e as linhas de orientação estratégica, o plano de actividades a seguir no âmbito da execução do compromisso eleitoral que obrigatoriamente estará reflectido nas GOP's plurianuais. É nossa convicção que os valores, até agora divulgados, traduzem um desinvestimento em áreas consideradas prioritárias, em período eleitoral (a social, educação, cultura e desporto), e a canalização de verbas para acções de impacto discutível.  

Enfim, por razões de ordem diversa, e que nos parecem óbvias iremos aguardar que alguém se digne a prestar um esclarecimento cabal destes números, porque analisando somente estes dados, as dúvidas e as perguntas são muitas e sinceramente, nesta fase, revemo-nos quer nas inquietações manifestas quer nas sugestões deixadas. Relembramos somente que sempre enfatizámos e priorizámos a resposta à emergência social e as questões sociais e que a sugestão para diminuição parcial das transferências de IRS FAZIAM PARTE DO NOSSO compromisso ELEITORAL. Este posicionamento não se trata de andar a reboque de ninguém, pelo contrário, reflete a nossa visão acerca do que deve ser a gestão autárquica.


Bloco de Esquerda

Condeixa, 11 de Dezembro de 2013


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